sexta-feira, 22 de maio de 2009

Minha reflexão impetuosa

Eu quero para dentro sair
E para fora entrar
Para baixo subir
E para cima abaixar

Quero ser inconveniente
Literalmente
Parar de pensar em fazer
Para fazer o pensar

Esquecer convenções e conveniências
Não sofrer pressões e violências
Físicas e ideológicas...
Ilógicas.

Não quero viver o paradoxo alarmante
De nunca ter explodido
Apesar de sempre ser bombardeado
Numa sociedade inoperante
Onde uns calam os gritos
E outros gritam calados.

Para andar nas ruas da cidade?
É necessário ter "jogo de cintura"!
E para desfilar a vaidade?
É preciso não ter cintura!

Fatos. Atos. Asco.
O que se vê,
O que se (não) faz
E o que se sente.
Passivamente.

Eu quero é aglutinar
Gentileza à liberdade
E plenitude à alegria
Viver com liberdeza e gentilidade
Alegritude e Plenitia

Quero praticar ações
Gramaticalmente anormais
Ou formar palavras
Normalmente agramaticais

Talvez estejam nelas belas soluções
Palavras...
Nossa forma de pôr pra fora
Então, que vertam aos borbotões!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

O lado de dentro do círculo

O inferno são os outros - Jean Paul Sartre

Muito tenho aprendido nesses últimos dias. Tenho aprendido com minhas leituras diárias, com os cultos dominicais e minhas surpreendentes aparições na EBD, com orientações que tenho ouvido de pessoas especiais, com a vida.
O inferno são os outros, disse Sartre a respeito de nossas percepções, e, refletindo com o irmão Ed René kivitz, vejo que muito antes Jesus nos alertou sobre isso. Não que o inferno sejam realmente os outros, mas nos alertou da nossa tendência de pensar assim, de frequentemente colocar a culpa no outro. Afinal, nós somos perfeitos, o inferno são os outros. Nada disso!
Em Mateus 7:1-3 Jesus diz:

Não julgueis para que não sejais julgados.
Porque com o juízo que julgardes sereis julgados e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.
E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?
Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu?
Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e, então, cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.


Pensando na passagem acima, percebo que eles nada tem a ver com o medo do futuro juízo divino, achando que o Deus “carrasco” nos julgará com medida mais severa. Não é isso. Na verdade, o real e misericordioso Pai do Céu nem é citado nesses versos e nada tem a ver com o julgamento. Hoje, percebo que, ao declarar essas palavras, Jesus está nos alertando como o mundo funciona. Ele está, simplesmente, nos dizendo que seremos tratados da maneira que tratarmos os outros (Mateus 7:12). Se sorrirmos, receberemos um sorriso de volta; se dermos uma bofetada, levaremos outra; se formos grosseiros, ouviremos grosserias; se dermos amor, amor receberemos! É assim que o mundo funciona: a gente colhe o que planta. Não é assim?
O inferno não são os outros e eu também não quero ser o inferno de ninguém. Por isso, ao invés de ficar reparando o argueiro no olho do meu irmão, quero antes prestar atenção na trave do meu olho. Ao invés de fazer um círculo em volta de mim e ficar apontando o que está errado no lado de fora (porque, com certeza, tem muita coisa errada do lado de fora e essa atitude muito poderia aliviar minha minha consciência), eu me proponho a fazer um círculo em volta de mim e me focar no lado de dentro. Não de uma maneira egoísta, pensando só nos meus desejos, mas com muita humildade, percebendo meus erros e lutando para consertá-los em função de uma bela certeza: quanto melhor o lado de dentro, melhor o lado de fora. Quando tirar a trave do meu olho, mais saudável e eficiente será a ajuda pra quem carrega o argueiro.

Que Deus me ajude! :)