quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Figuras de vida.

Há alguns dias venho sentindo uma vontade quase incontrolável de escrever. Muito provavelmente, é um dos efeitos dessa nova forma de vida que vivo: longe de casa, longe da família, longe dos amigos. Aprendendo a viver sozinha, a dormir com a consciência de que não há alguém no quarto ao lado a quem eu possa gritar se me se sentir mal, a fazer novos amigos em pouco tempo, a falar em momentos em que eu me calaria. Aprendendo. E acho que essa é a tônica de estar fora por tempo determinado. Porque a gente sempre aprende alguma coisa, mas me parece que, estando longe e com tempo determinado para voltar pra casa, os aprendizados tornam-se mais intensos. É meio agora ou nunca, sabe? É o momento, é o lugar, é uma oportunidade maravilhosa, é um privilégio que precisa ser vivido, é uma felicidade extremamente grata, é uma tristeza desconhecida. Felicidade e tristeza juntas. Um paradoxo. Porém, o que é decidir dar um novo rumo à vida senão um paradoxo? O paradoxo de querer ir e querer ficar ao mesmo tempo. O paradoxo de querer se reinventar e de continuar sendo a mesma. O paradoxo de estar por 2 meses num lugar e sentir como se já estivesse há 2 anos. Contudo, não só paradoxo. Com tudo, outras figuras se revelam. A sinestesia doida do alegre azul de Lisboa. A Hipérbole dos pães. O eufemismo do “um ano passa rápido”. A metáfora diária dentro de mim. O pleonasmo de sentir os sentimentos. E a aula é dada todo dia. E, eu, nesse turbilhão de figuras, agradecida por ter a vida como uma boa professora.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Amor Incondicional

(por Jorge Camargo)


Eu e você respondemos ao amor a nós demonstrado
Às palavras de carinho, ao abraço afetuoso,
Gestos comuns entre humanos
Eu e você conhecemos só o amor baseado na troca
Que perdura se há resposta aos padrões mais elevados
Que jamais atingiremos
Amor no padrão normal
Que costumamos ver como algo tão banal
A fonte de todo o bem, duro é ter que dizer,
Vai muito mais além do amor convencional.
Deus lá do Céu revelou-se,
Com amor desmedido e inflamado
Cuja chama abraça o mundo depurando seus desmandos
Com graça espantosa e doce
O próprio Deus encarnou-se,
Puro amor que não tem paralelo
Que se doa e que perdoa a mais funda e grave mágoa
E que das cinzas renasce
Amor incondicional
Que não podemos ver com o olho natural
Amor, que primeiro amou, que fez por onde amar
A quem se quer notou, amor incondicional

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Doces Palavras

(por João Alexandre)

Se tens a minha vida em Tuas mãos,
Confesso, nada peço mais da Vida!
Se vives dentro do meu coração,
S'imbora, jogo fora o medo e a solidão!

És minha Vida, meu Senhor!
Minha Verdade, meu Caminho!
Meu Deus, meu Pai, meu Salvador!
Para onde irei eu se só Tu tens as
doces palavras que preciso ouvir?

Por mais que eu tente, não vou conseguir!
Quem pode compreender a Tua Graça?
Bem sei que sou eterno devedor,
Do Teu amor, por muito mais que eu faça!

És minha Vida, meu Senhor!
Minha Verdade, meu Caminho!
Meu Deus, meu Pai, meu Salvador!
Para onde irei eu se só Tu tens as
doces palavras que preciso ouvir?

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Alma nua

(por Vander Lee)

Ó Pai
Não deixes que façam de mim
O que da pedra tu fizestes
E que a fria luz da razão
Não cale o azul da aura que me vestes
Dá-me leveza nas mãos
Faze de mim um nobre domador
Laçando acordes e versos
Dispersos no tempo
Pro templo do amor
Que se eu tiver que ficar nu
Hei de envolver-me em pura poesia
E dela farei minha casa, minha asa
Loucura de cada dia
Dá-me o silêncio da noite
Pra ouvir o sapo namorar a lua
Dá-me direito ao açoite
Ao ócio, ao cio
À vadiagem pela rua
Deixa-me perder a hora
Pra ter tempo de encontrar a rima
Ver o mundo de dentro pra fora
E a beleza que aflora de baixo pra cima
Ó meu Pai, dá-me o direito
De dizer coisas sem sentido
De não ter que ser perfeito
Pretérito, sujeito, artigo definido(...)

Viver menino, morrer poeta.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Não casou. Transou. Ih, essa não obedece a Deus!

Depois de muito tempo, volto a escrever alguma coisa (não necessariamente interessante, rs) aqui no meu blog. Devo dizer que a troca de ideias com o "mano" @tiago_vianna no twitter me deu ânimo novo.
Por falar em twitter, vcs não têm noção de como eu AMO essa ferramenta. E não é porque eu fico inevitavelmente sabendo o que meus amigos de rua ou de faculdade estão fazendo em determinado momento, mas porque em nenhum outro lugar eu tenho a possibilidade de estar tão perto do pensamento de caras que eu super admiro como Ed René Kivitz, José Barbosa Jr., Ricardo Gondim, Carlinhos Veiga e o próprio Tiago Vianna, entre outros. São pessoas que admiro pela ética cristã, pelo compromisso diferenciado do que se vê por aí, pela encantadora relação com Deus, pela música de muita qualidade.
E falando em ética cristã, confesso que o que mais me impulsionou a vir escrever aqui novamente foi a recente descoberta de que mais uma adolescente da igreja em que eu era membro está grávida. E não me impulsiono pela gravidez em si, mas pela reação a ela.
Sinceramente, tenho comigo a certeza de que Deus não está nem um pouco preocupado com o fato de esses adolescentes terem relações sexuais com seus seus a namorados(as) de alguns anos, os quais amam e com os quais pretendem casar ( ou não!).
Não me venham, por favor, com recitativos bíblicos dizendo que Paulo manda o pessoal se abster da fornicação e dizendo que é melhor casar do que abrasar. Esse discurso não cola comigo. O que vejo nas igrejas são dois tipos de jovens: aqueles que têm relações antes de casar e são excluídos, formalmente ou não; e aqueles que Só conseguem pensar em casar e estruturam toda sua vida em torno disso porque, dentre outros motivos, não vêem a hora de poderem se relacionar íntima e profundamente com seus parceiros.
Não estou aqui defendendo o sexo antes do casamento(acho até louvável querer casar virgem), mas também não estou o demonizando, apenas querendo dizer que as relações da juventude com Deus não podem ser baseadas quase que 90% nisso. E que o fato de alguém fazer sexo antes do casamento não desqualifica seu relacionamento com Deus.
Para mim é muito simples: Deus quer mais que você case virgem ou que consiga amar a seu próximo como a si mesmo? Considerando o maior dos mandamentos...
Obviamente, uma coisa não exclui a outra. Vc pode ser virgem e amar o próximo, não ser virgem e não amar o próximo, ser virgem e não amar o próximo ou até (pasmem os tradionalíssimos!)não ser virgem e amar o próximo. e quando digo amar o próximo, digo AMAR mesmo, com todas as implicações que este ato traz.
Enfim, voltando à adolescente que mencionei, afirmo que fiquei muito triste com a notícia. Não por achar que Deus vai castigá-la, mas pelas reações que ouço no meio do povo evangélico, por ver poucas demonstrações de carinho e muitas de reprovação. Tenho certeza de que ela, mais do que ninguém, vai sentir na pele as consequencias de uma gravidez precoce e não precisa de ninguém acusando, como também não precisa de ninguém passando a mão na cabeça. Precisa de amor.
Uma adolescente grávida no meio da igreja também é uma bela oportunidade para as outras se vangloriarem por serem virgens. As mesmas que fazem de tudo com seus namorados, mas mantêm seu hímen intacto. Isso é virgindade?
No meu mundo, isso se chama hipocrisia e me irrita profundamente.
Espero que não apareçam mais adolescentes grávidas por aí, na igreja e fora dela. Como já disse, não para que não sofram o tradicional "castigo de Deus", mas para que a vida (espelhada nas pessoas) as machuque menos. Infelizmente, sei que aparecerão, fora da igreja e dentro dela também, porque uma instituição que reprime sem saber direito o porquê, reprimindo por reprimir, não pode esperar muito de ninguém.
Como disse Ed René kivitz, eu quero mais Cristo e menos Cristianismo. Quero viver para amar como Jesus amou, não para defender doutrinas muitas vezes indefensáveis.

Falei muito, talvez esteja um pouco confuso, mas precisava desse desabafo. Estou apenas pensando e convidando para a reflexão conjunta.
Abraços!
Amem. Amém.

sábado, 27 de março de 2010

Visitação

por Tiago Chiavegatti/Tiago Vianna

Chegou suave com asas de borboleta
Sem movimentar o puro ar
Bailando leve em piruetas
Como se quisesse me mostrar

Como se quisesse me mostrar
Que sem meu fardo tão pesado
Podia ser tão livre quanto um passarinho
Beber do néctar como um beija-flor
Ficar me equilibrando leve sobre a brisa
Voar igual a borboleta

Eu quis, não pude
Porque era escravo do chão
Sepultado em minha cova de pedra caiada

Sobre mim havia uma pedra
Tinha uma pedra sobre mim
Tinha uma pedra
Selando minha cova

Jamais me esquecerei deste acontecimento
Na vida de minhas retinas tão remoçadas
Capazes de enxergar
Que quem tirou a pedra
Foi Cristo!

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Idéias bem sonhadas...

Faz tempo mesmo que nao passo por aqui. Devo dizer: é por pura preguiça de escrever! As idéias vêm, eu sinto que preciso escrever sobre elas, mas deixo o tempo passar e quando vejo já esqueci o que queria dizer.
Contudo, hoje estou aqui. E estou por um motivo velho: muita coisa pra fazer. Tenho tantas, tantas, que fico nervosa e preciso nao fazer nada. Contraditório, mas sou eu!rs

Já tomei algumas decisoes muito importantes nesse comecinho de 2010 e vou falar brevemente sobre a mais polêmica: Eu PEDI exclusao da igreja que frequentava e frequento (com menos frequencia) ainda. Pedi porque quis, porque acho que a INSTITUÇAO nao nao combina com que eu acredito ser o sonho de Deus. Há muitas gente boa lá, muita gente com boas intençoes, com caráter admirável, pessoas que sao exemplos pra mim e que quero ter por perto, mas, definitivamente, a INSTITUIÇAO nao combina comigo, nao combina com meu estilo de vida (e talvez nao o aceite tb). Sem mais sobre o assunto, devo dizer que estou muito feliz, que nao posso imaginar minha vida sem Deus e que agradeço imensamente a Ele por poder tomar esse tipo de decisao.

Passadas as primeiras linhas, eis o motivo que me impulsionou a vir para este bendito blog escrever novamente: estou estudando pro mestrado. E DESESPERADA! Eu quero muito passar nessa prova do primeiro semestre pra me tornar uma mestranda já em agosto, mas eu olho o calendário e o tanto de coisas que tenho de rever com a real sensaçao de que os dois nem de perto estao em consonancia, até porque, além dos estudos pro mestrado, tb tenho os estudos finais da graduaçao, o estágio obrigatório, os trabalhos da pesquisa e o curso de espanhol.
É muita coisa, mas é a vida e eu nao sou a única enrolada do planeta!rs. Enfim, passei aqui porque to estudando, to feliz, mas extremamente ansiosa.
De qualquer forma, o meu consolo de sempre: 'Lancemos sobre Deus a nossa ansiedade, pois Ele temn cuidado de nós...' E Ele cuida mesmo que eu sei!

Creio nisso: Idéias - as bem sonhadas, abençoadas! :D

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

De volta de novo

Eu cheguei a excluir o blog, mas resolvi reatíva-lo. Não ando com espírito 'escritor', mas um blog sempre pode ser útil para momentos em que os 140 caracteres do twitter não são suficientes.
Tenho andado por lá: http://twitter.com/alineponciano

sábado, 26 de dezembro de 2009

Seasons of Love (tradução)

Quinhentos e vinte e cinco mil e seiscentos minutos
Quinhentos e vinte e cinco mil momentos bons
Quinhentos e vinte e cinco mil e seiscentos minutos
Como se mede um ano a mais?

Em dias? Em pôres do sol?
Em meias-noite? Em copos de cafe?
Em noites? em sons?
Em risos? Em lutas?
Em quinhentos e vinte e cinco mil e seiscentos minutos?
Como você mede um ano pra viver?

Que tal com o amor?
Que tal com o amor?
Que tal com o amor?
Meça em Amor
Temporaas de Amor


Quinhentos e vinte e cinco mil e seiscentos minutos
Quinhentos e vinte e cinco mil jonadas para planejar
Quinhentos e vinte e cinco mil e seiscentos minutos
Como medir a vida de um homem
Ou de uma mulher?

Em verdades que ela aprendeu
Ou nas vezes que ele chorou?
Nas pontes que ela ergueu
Ou no modo que ele morreu?


É tempo agora de contar
Que essa história não tem fim
Vamos celebrar,
Relembrar um ano
Numa vida de amigos

Lembre do Amor
Lembre do Amor
Lembre do Amor
Lembre do Amor

Divida Amor
Dê Amor
Espalhe Amor

Meça sua vida em Amor!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Congresso Internacional do Medo

(Carlos Drummond de Andrade)

Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte,
depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

A minha alma (a paz que eu não quero)

Armar a alma é fácil, difícil é escolher a arma certa.

A minha alma tá armada e apontada
Para cara do sossego
Pois paz sem voz, paz sem voz
Não é paz, é medo


Às vezes eu falo com a vida,
Às vezes é ela quem diz
Qual a paz que eu não quero conservar
Pra tentar ser feliz?

As grades do condomínio
São prá trazer proteção
Mas também trazem a dúvida
Se é você que tá nessa prisão

Me abrace e me dê um beijo,
Faça um filho comigo
Mas não me deixe sentar na poltrona
No dia de domingo

Procurando novas drogas de aluguel
Neste vídeo coagido
É pela paz que eu não quero seguir admitindo

É pela paz que eu não quero seguir
É pela paz que eu não quero seguir
É pela paz que eu não quero seguir admitindo

sábado, 29 de agosto de 2009

Quem entende alguma coisa?

[...]

Meu mais recente esforço de fé não é do tipo intelectual. Eu realmente não faço mais isso. Mais cedo ou mais tarde você simplesmente descobre que há pessoas que não acreditam em Deus e podem provar que Ele não existe e alguns outros caras que acreditam em Deus e podem provar que ele existe - e a esse ponto a discussão já deixou há muito de ser sobre Deus e passou a ser sobre quem é mais inteligente; honestamente, não estou mais interessado nisso. Não credito que um dia irei me afastar de Deus por motivos intelectuais. Fora isso, quem entende alguma coisa? Se eu me afastar dele - e, por favor, orem pra que isso não aconteça, isso se dará por razões sociais, em função de razões de identidade, por profundas razões emocionais, as mesmas pelas quais qualquer um de nós faz alguma coisa.

[...]

(trecho do livro "Blue like jazz - nonreligious thoughts on Cristian spirituality", de Donald Miller, traduido por "Como os pingüins me ajudaram a entender Deus - pensamentos pós modernos sobre espiritualidade" pela editora Thomas Nelson Brasil)

...

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

"Três estados tem mais de um celular por habitante"

O título deste post foi retirado de uma reportagem do portal IG. Parte dela, transcrita a seguir:

Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e São Paulo superaram, no mês de julho, a barreira de um celular por habitante, segundo levantamento divulgado nesta quarta-feira pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Até junho, apenas o Distrito Federal havia superado esta marca.

No Mato Grosso do Sul, o índice ficou em 100,61 no mês passado, sendo que 100 significa que há um celular por habitante. A alta no Estado foi de 0,98% na comparação com junho.

Em São Paulo, o índice foi de 100,09, com alta de 1,48%, e no Rio de Janeiro, o incremento foi de 0,65%, com a taxa passando para 100,62.

No Distrito Federal, em julho, a taxa ficou em 153,43, com uma alta de 1,01% na comparação com junho.

O indicador do País encerrou o mês passado em 84,61 celulares para cada 100 habitantes, segundo a Anatel.


Todo mundo tem celular hoje em dia. Da criança ao vovô.É celular que canta, dança, sapateia, cozinha, limpa a casa e...Ah,serve pra fazer ligações também!
Eu fiquei embasbacada quando li a matéria. Mais de um celular por habitante??? O que me perturba é perceber que quanto mais conectados com a tecnologia, mais desconectados com os outros. Acho que as pessoas devem estar ligando pra elas mesmas à procura de conversa real...rs
"Vamos encontrar com fulana pra bater um papo?"
"Não, não tenho tempo, tenho que atualizar meu perfil do orkut! Mais tarde eu ligo pra ela ou mando um sms pra saber como ela tá"

Talvez pareça paradoxal essa crítica num blog, mas podem me chamar de quadrada que eu aguento...
Tenho UM celular, é verdade, mas não troco um abraço por conversa virtual nenhuma.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

"A dúvida sempre anda com a fé. Afinal, na certeza, quem precisaria de fé?"

Eu não entendo a Graça de Deus, não entendo mesmo. Como diz o hino, não sei como poder cantá-la nem como começar. Mas sei que não posso viver sem e que não posso viver sobre. Estar sob ela é o que faz toda diferança em minha vida.
Estava relendo trechos do livro "O Deus (in)visível", de Philip Yancey, e me deparei com alguns que refletem de maneira muito apropriada parte do que penso e sinto. Transcrevo-os abaixo. E dou glórias a Deus porque a graça e o Amor dEle não são baratos, são preciosos, e me sustentam...E, na loucura, entendo perfeitamente.


Pensando em minhas fases de falta de fé, vejo nelas todas as formas de incredulidade. Às vezes, retraio-me por falta de evidências, encolho-me diante do sofrimento e da desilusão ou me desvio em obstinada desobediência. Alguma coisa, contudo, sempre me atrai de volta para Deus. O quê? Nem eu sei.
(...)
Para mim, essa é razão de minha persistência. Para minha vergonha, admito que um dos motivos mais fortes de eu permanecer no rabanho é a falta de boas alternativas, muitas das quais já experimentei. "Senhor, para quem irei?". Mais difícil do que se relacionar com um Deus invisível é não ter relacionamento nenhum.


(extraído do livro "O Deus (in)visível", de Philip Yancey