quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Feirante

Arruma a cangalha na cacunda
Que a rapadura é doce, mas não é mole não
Arruma a cangalha na cacunda
Que a rapadura é doce, mas não é mole não
E genipapo no balaio pesa
Anda, aperta o passo pra chegar ligeiro
Farinha boa se molhar não presta
Olha lá na curva a chuva no lajedo

Quem foi que te disse que a vida é um mar de rosas?
Quem foi que te disse que a vida é um mar de rosas?
Rosas têm espinhos e pedras no caminho
Daqui até a cidade é pra mais de tantas léguas
Firma o passo, segue em frente
Que essa luta não tem trégua
Fica na beira da estrada quem o fardo não carrega
A granel felicidade não custeia o lavrador

Vamos embora que a jornada é muito longa
E não há mais tempo de chorar por mais ninguém
Lá na feira, a gente compra, a gente vende,
A gente pede, até barganha aquilo que comprou
E te prometo que depois no fim de tudo, na Quitanda da Esperança,
Eu te compro um sonho de açúcar mascavo embrulhado num papel
De seda azul
Pra te consolar, ô
Pra te consolar

(João Alexandre)

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